PARIS (Reuters) - A França planeja prorrogar o estado de emergência que está em vigor desde os ataques de novembro em Paris por mais dois meses para garantir a segurança do torneio de futebol Euro 2016, disse o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, nesta quarta-feira.
"Diante de um evento tão grande... que deve acontecer em condições seguras e que, ao mesmo tempo, deve ser uma comemoração... temos que garantir a segurança", afirmou ele à rádio France Info.
"O estado de emergência não pode ser permanente, mas por ocasião destes grandes eventos... decidimos prolongá-lo".
A Euro 2016 começa em 10 de junho e dura um mês. Cerca de 2,5 milhões de torcedores são esperados em 10 estádios para 51 partidas de 24 times no torneio, que a França está sediando. Também haverá instalações para torcedores em outras grandes cidades.
O atual estado de emergência, que dá poderes especiais à polícia e às forças de segurança, vai até o dia 26 de maio.
Valls disse que o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, irá propor a medida a titulares de outras pastas ainda nesta quarta-feira, e ela precisará ser votada no parlamento.
A polícia vem utilizando seus poderes adicionais para fazer buscas em casas, deter suspeitos e colocar pessoas em prisão domiciliar desde os ataques de 13 de novembro na capital francesa, que deixaram 130 mortos.
A medida inicial teve respaldo popular na França, mas grupos de direitos humanos expressaram preocupação com as duas prorrogações que foram adotadas desde então.
O estádio nacional Stade de France, no norte parisiense, que irá sediar a partida de abertura e a final da Euro 2016, foi o cenário da explosão de um homem-bomba na noite dos atentados do final do ano passado.
O esquema de proteção para a competição já está mais rígido do que o normal. Só o Stade de France será vigiado por cerca de 1.200 agentes de segurança. Eles serão em média 900 por arena, mais 200 assistentes voluntários e 80 médicos – cerca de 30 por cento a mais de funcionários do que em jogos convencionais.
Batalhões de choque e divisões da gendarmeria também serão mobilizados nas cidades-sede.
(Por Andrew Callus e Sophie Louet)